As operações usadas no tratamento da obesidade mórbida são também conhecidas como operações bariátricas. Estes procedimentos reduzem o tamanho do estômago e/ou o comprimento do intestino, cujo objetivo é limitar a quantidade de comida que você pode ingerir ou absorver.
As cirurgias diferenciam-se pelo mecanismo de funcionamento. Existem quatro procedimentos básicos da cirurgia bariátrica e metabólica, que podem ser feitos por abordagem aberta ou por videolaparoscopia, divididos em três categorias:
Procedimentos Restritivos
São procedimentos que reduzem o tamanho do estômago, limitando a quantidade de alimentos que você pode ingerir. O paciente se sente satisfeito após ingerir uma quantidade menor de alimentos. Mesmo que o paciente queira, ele não consegue inferir uma grande quantidade de alimentos de uma única vez, porque ele tem a impressão que o seu estômago está repleto (cheio).
A Banda Gástrica, A Gastrectomia vertical e O balão intragástrico são exemplos de procedimentos restritivos.
Procedimentos Disabsortivos
São operações que reduzem o comprimento do intestino, diminuindo a quantidade de alimentos que o organismo (intestino) absorve. A parte do alimento não absorvida é eliminada nas fezes. Este tipo de operação foi muito usado no passado, mas as graves complicações pós-operatórias fizeram que este procedimento só seja utilizado atualmente em casos excepcionais.
Procedimentos Mistos
São procedimentos que associam tanto a redução do tamanho do estômago como do comprimento do intestino. Desta forma, ocorre tanto uma redução da quantidade de alimentos que pode ser ingerida, como da quantidade de alimentos que pode ser absorvida pelo organismo. A operação de Capella, operação de Wittgrove-Clark, operação de Fobi, operação de Scopinaro e operação de desvio duodenal são alguns exemplos dos procedimentos mistos.
Esses são os procedimentos mais utilizados e com melhores resultados.
A Cirurgia Bariátrica no Brasil
No Brasil são aprovadas quatro modalidades diferentes de cirurgia bariátrica e metabólica além do balão intragástrico, que não é considerado cirúrgico, dentre os quais destacamos:
Bypass Gástrico (Gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”)
Esta operação consiste em fazer um novo reservatório gástrico (estômago) pequeno (cerca de 30 mL). Nesse procedimento misto, é feito o grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial (by pass em Y), que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome.
Essa somatória entre menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade é o que leva ao emagrecimento, além de controlar o diabetes e outras doenças, como a hipertensão arterial.
Técnica mista, com predominância do fator restritivo. A quantidade de alimentos que a pessoa pode ingerir é bastante limitada.
A principal vantagem é a perda de peso adequada e duradoura em quase todos os pacientes.
Estudado desde a década de 60, o bypass gástrico é a técnica bariátrica mais praticada no Brasil, correspondendo a 75% das cirurgias realizadas, devido a sua segurança e, principalmente, sua eficácia.
O paciente submetido à cirurgia perde de 40% a 45% do peso inicial.
Uma curiosidade: a costura do intestino que foi desviado fica com formato parecido com a letra Y, daí a origem do nome. Roux é o sobrenome do cirurgião que criou a técnica.
Uma condição conhecida como, "síndrome de dumping", pode ocorrer como resultado do rápido esvaziamento do conteúdo do estômago para o intestino delgado. Às vezes, isso é desencadeado quando muito açúcar ou grande quantidade de alimento é ingerido. Embora não seja considerado como um sério risco para sua saúde, os resultados podem ser muito desagradáveis e incluir náusea, fraqueza, transpiração, fragilidade e ocasionalmente diarréia, após as refeições. Alguns pacientes não conseguem comer qualquer forma de doces, após a cirurgia.
Gastrectomia Vertical (Sleeve)
Nesse procedimento, o estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 mililitros (ml).
Essa intervenção provoca boa perda de peso, comparável à do bypass gástrico e maior que a proporcionada pela banda gástrica ajustável.
É um procedimento relativamente novo, praticado desde o início dos anos 2000. Tem boa eficácia sobre o controle da hipertensão e de doenças dos lípides (colesterol e triglicérides).
Duodenal Switch
É a associação entre gastrectomia vertical e desvio intestinal.
Nessa cirurgia, 85% do estômago são retirados, porém a anatomia básica do órgão e sua fisiologia de esvaziamento são mantidas.
O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando ao emagrecimento.
Criada em 1978, a técnica corresponde a 5% dos procedimentos e leva à perda de 40% a 50% do peso inicial.
Por tratar-se de cirurgia disabsortiva, a quantidade e a qualidade da alimentação devem ser seguidas com cuidado, devido ao risco de problemas nutricionais. Costuma ocorrer aumento de gases e fezes com mau cheiro.